26 de nov. de 2012

Israel x Palestina

Em virtude do último confronto intenso na última semana entre Israel e a Faixa de Gaza analiso o modo que ambas as partes conduzem suas relações politicas cheguei a uma conclusão: 

Jamais chegaram a paz...

Motivo?

Teocracias!

Explicando o contexto geral o Reino de Israel foi estabelecido, segundo as escrituras sagradas das religiões abrahamicas, pelo Rei Saul cerca de 1030 AC. Até então a predominância religiosa era o judaísmo sendo o islamismo inexistente nesta época. De la pra cá esta região e este povo foram dominados durante a história por Persas, Macedônios,  Romanos, Cruzadores Cristãos e por fim chegamos no Império Otomano ao qual era um estado forte e estruturado no islamismo, religião a qual começou a ser difundida em meados de 611 DC.

Com o forte anti-semitismo crescente na região cada vez mais o povo judeu se viu na necessidade de procurar outras terras a se estabelecer, foi quando a população judaica na Europa crescia cada vez mais.

O povo judaico nunca foi bem quisto na Europa central.

Então estoura a I Guerra Mundial em 1914, e o Império Otomano, aliado a Império Alemão, saiu derrotado da mesma, sobretudo os territórios dos países perdedores foram divididos entre os países vencedores e com a instalação do Mandato Britânico da Palestina em 1920 pela Liga das Nações (precursora da ONU) tudo era mantido, na medida do possível, organizado e com uma certa "paz" pelo governo inglês.

O anti-semitismo foi levado a cabo sem precedentes sobretudo por um for crescimento sionista como por exemplo por propostas efetivas sobre a criação de um estado judaico pelo jornalista austro-húngaro Theodor Herzl em seu livro publicado em 1897. 

Eis que eclode a II Guerra Mundial em 1939 e com o holocausto cerca de 6 milhões de judeus foram dizimados pelo regime nazista, ao qual a Europa inteira parecia tratar com indiferença este genocídio onde só com a expansão territorial nazista é que o mundo começou a tomar atitudes.

Com o final da II Guerra Mundial, a agora ONU, se viu na obrigação de fornecer um lugar no mundo onde o povo judeu pudesse ter como obrigado, um porto seguro, e, historicamente e geograficamente falando nada melhor (ou pior) que o Mandato Britânico da Palestina.

E aí então que a coisa toda começa desandar. Pois é como colocar lenha na fogueira, o estado judeu poderia ser em qualquer lugar do planeta, menos na "Terra Santa"...

O povo árabe já não suportava a ideia de se sujeitar a um governo externo, britânico, ocidental e "judaico cristão" então como o Mandato Britânico extingui-se, estados como a Jordânia foram criados e é certo que os palestinos, que se viam no direito de deter as terras, seriam os únicos soberanos no território.

Em 1948 é criado o Estado de Israel e o Estado da Palestina sob autorização da ONU com fronteiras pré-estabelecidas pela mesma.

Segue-se uma série de invasões aos territórios vizinhos por Israel desde 1948 como por exemplo, a península do Sinai (Egito, devolvida em 1982), as colinas de Golã (Síria) e o próprio território Palestino em si (Gaza e Cisjordânia) desrespeitando o acordo com a ONU.

De facto não há um controle de Israel sobre os territórios palestinos. As rotinas do cotidiano ocorrem de maneira independente e natural como por exemplo, campeonato de futebol da palestina, sites palestinos com sufixo próprio (.ps), etc.

Entretanto, grupos extremistas islâmicos continuam a atacar Israel com suporte bélico iraniano e Israel por sua vez se defende com suporte bélico americano e isto tem sido desde sempre.

Israel não aceita a existência de um estado árabe palestino (mesmo que este tenha sido uma das imposições da ONU sobre a criação do estado judaico) ao mesmo tempo que os árabes, palestinos e outros países da região, não reconhecem a soberania de um estado judaico, ou seja, os islâmicos pensam da seguinte maneira:

"Por que irei eu negociar paz com o que não existe?"

Da mesma forma que a politica de Israel pensa:

"São apenas rebeldes árabes..."

De qualquer forma, o partido Fatah que seguia firme no governo palestino, perde as eleições na faixa de Gaza em 2006 para o Hamas, e este é reconhecido internacionalmente como um grupo terrorista, faz com as negociações naquela região fique cada vez mais delicada de novo, alegoricamente falando, o estado israelense exclama:

"Somos unilateralmente contra negociações com organizações terroristas!"

E nada parece progredir...

Verificando todos estes fatos, se ambos os lados não deixarem suas "teocracias" de lado, certamente o lado que mais sofre continuará a perecer: a população civil.

Independente de que lado estão, acordam cedo, trabalham, tem seus filhos e desejam uma vida digna e de paz, independente qual a religião proferem.

Concluindo, a Terra Santa, para as três religiões mais difundidas no planeta, continuará sendo banhada de sangue até que um povo domine o outro como os indígenas foram pelos portugueses em solo brasileiro ou os incas, mais e aztecas pelos espanhóis. 

Não que eu seja a favor disso mas um povo vai ser eliminado, mais cedo ou mais tarde...